PRÓXIMA PARADA NA ESTÔNIA | Maio 2026
Helton Simões Gomes e Diogo CortizColunistas de Tilt.
Mesmo usando infraestrutura de empresas como Amazon e Microsoft, o portal gov.br não depende de apenas uma big tech para se manter no ar, diz Rogério Mascarenhas, secretário nacional de Governo Digital, ao Deu Tilt, podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, apresentado por Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes.
Responsável pela pasta que lidera as ações no gov.br, Mascarenhas afirma que não apostar em uma só nuvem computacional para processar dados é o que fez a plataforma de governo eletrônico continuar no ar nas várias ocasiões em que os serviços das big techs caíram.
“[A AWS] Já caiu, e a gente [gov.br] não caiu. Se você olhar o histórico aí, vai ver que nenhum desses últimos grandes episódios que aconteceram envolvendo as big techs -teve o caso da AWS, Microsoft também faz algum tempo-, nenhum deles afetou a prestação de serviços.”
Rogério Mascarenhas
Segundo Mascarenhas, a arquitetura do gov.br aposta em redundância e múltiplos fornecedores. Assim, mesmo com falhas em uma empresa, o sistema continua funcionando. A estratégia do governo, diz ele, é garantir controle do Estado sobre decisões e dados, sem depender de uma só tecnologia.
“Hoje, por exemplo, você tem uma estrutura redundante. Você tem outras estruturas que suportam, embora a gente tenha uma centralidade. Eu acho que a gente tem preocupações reais com isso e faz investimentos robustos nessa infraestrutura (…) Essa questão da nossa soberania operacional ela está relacionada a isso: ter um maior controle sobre o que acontece, estar de fato com isso na sua mão para determinadas decisões, para você poder rotear de outra maneira.”
Rogério Mascarenhas
Segurança, diz ele, é prioridade diante do aumento dos ciberataques, fenômeno que acompanha a digitalização dos serviços públicos. Ataques cibernéticos são inevitáveis, assume o secretário.
Ele também esclarece dúvidas sobre sobre a centralização de dados: o gov.br integra informações de diferentes órgãos só quando necessário, mas os dados sensíveis, como saúde e previdência, continuam sob responsabilidade dos órgãos de origem.
Gov.br atinge 170 milhões de brasileiros e supera audiência do Super Bowl
O sistema oferece cerca de 5 mil serviços públicos digitais, de aposentadoria ao histórico de vacinação passando pela assinatura de documentos. Mascarenhas destaca que, em momentos de pico, o Gov.br recebe 130 milhões de acessos simultâneos, o que supera até a audiência do maior evento televisivo do mundo.
“A gente chega a picos, às vezes, de 130 milhões de pessoas. Isso aí é possível pela estrutura que o Serpro, nosso parceiro nesse projeto, vem provendo. É um serviço bastante robusto e a gente segura as pontas aí.”
Rogério Mascarenhas
O gov.br já virou o principal caminho para acessar mais de 5 mil serviços públicos federais em todo o Brasil. No novo episódio de Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, Diogo Cortiz, Helton Simões Gomes e o secretário Rogério Mascarenhas explicam como a plataforma vai além: quer integrar estados, municípios e até bancos.
Hoje, o gov.br atinge os 27 estados e mais de 2 mil cidades, mas Mascarenhas diz que a meta é transformar o portal na “porta única” dos serviços públicos. A proposta é facilitar a vida do cidadão: em vez de buscar diferentes sites e sistemas, tudo será resolvido em um só lugar.
“O cara quer fazer um uso de um serviço lá de creche ou mesmo um atendimento que é de uma escola estadual. Ele pode estar fazendo, seja no nível municipal ou estadual, o uso do GovBR como ferramenta de integração. E essa é a ideia, que o GovBR seja o grande portal de acesso dessas pessoas. O cidadão não precisa ficar decorando o link, o site. Ele entra ali e resolve a vida dele. É isso que a gente quer que aconteça. É a simplificação fundamental. É ela que vai fazer a mudança da vida dessas pessoas.”
Rogério Mascarenhas
Balcão do INSS é coisa do passado: como gov.br digitalizou 90% dos serviços
“O INSS teve uma redução significativa do atendimento presencial. Hoje, mais de 90% do atendimento do INSS é feito na plataforma Meu INSS, utilizando o gov.br como autenticador.”
Rogério Mascarenhas
DEU TILT
Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.
https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2025/11/11/soberania-e-nao-depender-de-uma-big-tech-so-diz-secretario-do-governo-lula.htm